Defeitos e Transformação
Por
Adilson Routh
Leitura
Gn 34 a 38
2. Disse, pois, Jacó aos de sua casa e a todos os que estavam com ele: "Livrem-se dos deuses
estrangeiros que estão entre vocês, purifiquem-se e troquem de roupa.
3. Venham! Vamos subir a Betel, onde farei um altar ao Deus que me ouviu no dia da minha angústia e que tem estado comigo por onde
tenho andado". Gn 35.2 e 3
Após a reconciliação de Jacó com Esaú, os relatos
registrados sobre a família de Jacó atestam que não basta à circuncisão, nem as
promessas de Deus para mudar o coração dos que só ouviram falar de Deus, pois é
necessário um encontro pessoal com Ele, um quebrantamento íntimo e uma decisão
em segui-lo.
Esses relatos nos mostram os defeitos de uma família que
estava em formação na sua busca de servir a Deus. Uma filha imprudente que
resolve ir a uma cidade estranha e é violada; a tentativa de aparentamento de
uma nação que não servia ao Senhor; o plano de exterminar toda uma cidade por
meio da circuncisão; a morte e destruição de uma cidade toda pelo desejo de
vingança; a presença de deuses estranhos entre os que deveriam servir somente
ao Senhor; a tragédia da perda de Débora e Raquel; e o adultério entre uma
concubina de Jacó e seu filho Rúbem; os filhos de Bila e Zilpa que eram
constantemente denunciados por José a Jacó por mau comportamento; a inveja
latente nos irmãos de José, pelos sonhos que tinha e por ser preferido de seu
Pai; o plano perverso de mata-lo e joga-lo no poço; a mudança no plano em
vendê-lo como escravo aos ismaelitas; a crueldade em esconder a verdade de Jacó
fazendo-o sofrer amargamente; Judá que sai para morar com um pagão e toma de
suas filhas para casar-se; seu filho Er que por ter um comportamento maligno é
morto pelo Senhor; o irmão Onã que se recusa a suscitar a descendência de Er e
também é morto; a quebra da promessa de Judá em cumprir o Levirado, não dando o
filho mais novo, Selá, para se casar com
Tamar; a relação que Judá tem com Tamar pensado ser ela uma prostituta, gerou
uma gravidez na própria nora.
Apesar de Israel ter aprendido a amar e a servir a Deus,
seus filhos ainda tinham um coração distanciado dEle, e a história mostraria
que eles também precisariam ser quebrantados até que o caráter e a fé de Abraão
fossem parte da vida deles.Contudo percebemos a tolerância de Deus em aguardar
que essa transformação acontecesse, assim continuava a proteger-lhes e a
guia-los, pois havia um plano maior para eles, se transformarem nos mensageiros
de graça e da glória de Deus a todas as nações. A transformação é um processo
doloroso para o coração resistente, sendo necessária uma boa dose de sofrimento
até que esse se renda, sofrimento esse causado pela própria dureza que está
nele contida, mas Deus que é cheio de misericórdia e graça sabe a maneira e o
tempo certos para tratá-lo, com um remédio intenso e profundo, seu amor que o
constrange a segui-lo e a ama-lo
voluntariamente, rendendo-se a Ele.
Assim também é nossa jornada pela vida, nosso pacto na
cruz com Deus nos habilita a trilharmos um longo caminho de transformação, onde
nossos defeitos e reações humanas mancham nosso histórico até que Cristo seja
formado em nós, e nos constrange constantemente a destruirmos os ídolos
estranhos que carregamos conosco, assim a santificação é parte do processo de
retomarmos nossa caminhada de transformação, pois se não o fizermos todo tipo
de desgraças podem ocorrer conosco, do genocídio sanguinário ao adultério
vergonhoso, mas se nos deixarmos ser tomados pela graça preciosa da cruz,
podemos colher em nossa caminhada honra e glória para nosso Deus, nos tornando
livros vivos que podem ser lidos por todo homem que tenha sede de Deus.
Considere:
1. Uma autoanálise das atitudes incoerentes que possa
existir em você.
2. Um momento de entregar a Deus essas falhas de caráter
para que haja transformação.
3. Ser paciente e ajudador dos que ainda não chegaram a
transformação necessária.