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quinta-feira, 12 de maio de 2016

Perdoar é Preciso




Perdoar é Preciso.
Por 
Adilson G. Routh
Leitura Gn 42 a 45

3 Disse, então, José a seus irmãos: Eu sou José; vive ainda meu pai? E seus irmãos não lhe puderam responder, pois estavam pasmados diante dele. 
4 José disse mais a seus irmãos: Chegai-vos a mim, peço-vos. E eles se chegaram. Então ele prosseguiu: Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito. 
5 Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos aborreçais por me haverdes vendido para cá; porque para preservar vida é que Deus me enviou adiante de vós” (Gn 45. 3 a 5)

     A fome que se alastrou por todo o mundo não demorou a chegar até a família de Jacó, este ainda amargava a perda de José quando essas coisas aconteceram, apesar de ter se passado mais de vinte anos as consciências dos irmãos de José ainda os acusavam, e agora era o tempo preparado por Deus para que esse passado fosse acertado. A fome assolava a terra e Jacó soube que só no Egito havia mantimento, como acabara suas reservas se viu obrigado a enviar seus filhos para o Egito sem imaginar que essa viagem mudaria o curso de toda nação que estava em formação. O passado de ódio, mentiras e traições ainda assombrava a mente da família de Jacó, era evidente de que os filhos de Jacó com exceção de José, ainda não possuíam um caráter transformado pela fé em Deus, os planos da aliança de Deus com Abraão de fazer dele e de sua família uma bênção para todo o mundo não estava encontrando eco nos filhos de Jacó, e Deus trataria desses corações endurecidos. Pela necessidade de trigo, Jacó enviou ao Egito dez dos filhos com exceção de Benjamim, estes foram juntamente com outros moradores de Canaã que também se dirigiram ao Egito para comprar mantimento. Ao chegarem ao Egito tiveram que se dirigir a José que governava todo Egito e se encarregava de vender a todos os povos que vinham para comprar, sem o reconhecerem se prostraram diante dele, conforme o sonho de José de quando esse era ainda um adolescente. Porém José os reconheceu e passou a tratar-lhe com aspereza acusando-os de serem espiões, isso os levou a falar de sua família de seu Pai Jacó e de seu irmão Benjamim que ficara em Canaã, alegando honestidade afirmavam que vieram somente comprarem mantimentos, contudo José os encarcerou por três dias exigindo prova da veracidade da história que contavam, e a vinda de Benjamim seria a prova cabal dos fatos. Nos três dias de encarceramento eles começaram a perceber que o que estava acontecendo com eles era resultado da forma como trataram a José, como ignoraram a angústia e os pedidos dele por sua vida quando o jogaram na cisterna, sem darem conta de que o próprio José os ouvia e os entendia perfeitamente, ao ponto de ser tomado por profunda emoção. Depois de recompor-se José mandou que acorrentasse a Simeão e que os demais fossem buscar o irmão caçula Benjamim na terra de Canaã, fazendo-os fiadores da vida de Simeão. Antes de partirem José ordenou que além de abastecerem com muitos mantimentos, também devolvessem a prata que pagaram pelos mantimentos, e assim os servos o fizeram, colocando na boca do saco de cada um deles a prata que haviam pago. Ao pernoitarem, um deles ao abrir o saco que continha forragem encontrou sua prata, e isso trouxe temor sobre eles todos. Ao chegaram a Canaã, descobriram que toda prata se encontrava em cada saco, causando mais temor tanto neles como em Jacó. Ao entender os pormenores do acordo que fizeram com José, Jacó relutou em permitir que Benjamin fosse levado ao Egito, porém depois da intercessão de Judá, e por ter acabado o mantimento que haviam comprado este permitiu que eles voltassem ao Egito com Benjamim. Tudo isso resultou em uma profunda reflexão nos corações dos irmãos de José, pois até aquele momento permanecia a mentira que contaram a seu pai gerando-lhe profunda angústia, seus próprios corações os acusavam de todo mal que causaram a José, e suas consciências os levavam a entender que aquilo era a mão de Deus contra eles por causa do mal que causaram. Nessa caminhada rumo ao Egito foram considerando a necessidade da proteção e graça de Deus sobre suas vidas, eles que eram homens com coração homicida, agora eram levados a repensarem suas vidas. Com a instrução de Jacó, eles levaram presentes e o dobro da prata que havia sido colocada nos sacos, e ao chegarem apresentaram a Benjamim, tentaram devolver a prata posta nos sacos, porém o administrador não quis a receber de volta, Simeão foi liberto e eles foram convidados para almoçar no palácio com José. No almoço todos se prostraram ante José, eles entregaram os presentes que trouxeram de Canaã, ao ver a Benjamim José foi tomado pela emoção ao ponto de sair às pressas para chorar, porém após recompor-se voltou e pediu para que sirva o alimento, comeram e celebraram o assunto que foi resolvido. Ao prepararem a bagagem para retornarem a Canaã, José orientou ao administrador que além do mantimento, também devolvesse a prata com que o compraram, e que no saco de Benjamim fosse colocada também sua taça, e assim os despediram para voltar à casa de seu pai. Mal haviam saído da cidade, José pediu para intercepta-los e questiona-los sobre o furto da taça, eles depois de negarem o fato se ofereceram como escravos caso a taça fosse encontrada na bagagem de alguém, e após minuciosa inspeção a taça foi encontrada no saco de mantimentos de Benjamim, obrigando-os a voltar até a presença de José. Diante da fragrante, José estipula a pena de escravidão sobre Benjamim, levando todos a pasmarem, contudo Judá passou a interceder por ele, se colocando como escravo no lugar de Benjamim, alegando que não poderia dar a seu Pai Jacó outro desgosto pela perda de seu filho caçula, isso foi suficiente para que José não se contesse mais, pedindo para que todo egípcio saísse de sua presença, revelou-se a seus irmãos em pranto, ao ponto de o ouvirem fora do palácio. Perplexos seus irmãos emudeceram, mas ele tendo em mente a soberana condução de Deus sobre sua vida, os tranquilizou e lhes estendeu o perdão de forma unilateral, afirmando que ele entendia que Deus o levou para o Egito para salvar vidas, e que apesar da maldade dos corações de seus irmãos, eles se tornaram instrumentos disso. Assim todos choraram e celebraram a reconciliação que somente o perdão pode oferecer, magoas profundas foram curadas, sombras do coração foram removidas, dores internas foram tratadas e houve paz, tanto para o ferido como para os agressores.

     Toda beleza dessa história só foi possível devido a um coração com entendimento espiritual, de que, O Senhor está por traz da nossa história, ele governa o universo e até mesmo os menores detalhes da vida. Isso preparou seu coração para o nobre ato o perdão. Ele perdoou quem o traiu e perdoou sua própria tragédia;  o perdão o capacitou a não ser refém da autocomiseração, mas o elevou a nobreza dos grandes, o fruto desse perdão foi reconciliação e prosperidade para si e para os agressores, possibilitando que a história de uma família fosse reescrita, não mais com ódio e inveja, mas com amor e bondade. O perdão também possibilitou que seus irmãos reconsiderassem suas atitudes e a dureza do próprio coração se voltando para Deus, recolocando suas vidas rumo ao objetivo da aliança com Deus, de serem bênção a todas as nações. 
    Como uma força esmagadora o perdão transforma tragédia em banquete, laços rompidos em aliança eterna, corações destroçados em festa de louvor. O perdão é a grandeza vista em pequenos homens dispostos a refletirem as virtudes do Deus que os criou, que enxerga o agressor como vítima de sua própria maldade, e lhe assegura um lugar à mesa junto aos que antes lhes eram repulsivos, para que experimente do amor de Deus, e os coloquem novamente no rumo de glorifica-lo.

Considere:

1.     Em sua família terrena há alguém que o feriu de maneira que você ainda sofra com tais memórias?
2.     Existem outras pessoas que você poderia alistar que se encaixam na categoria de agressores em relação a você?
3.     Escreva os nomes em um caderno, ore por eles, perdoe-os e estabeleça uma data para reencontra-los e expressar reconciliação.

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