”18c ... O sacerdote
oferecerá o animal como sacrifício para conseguir o perdão do pecado que a
pessoa cometeu sem querer, e ela será perdoada...”
Os mandamentos do Senhor são
justos e retos. Os mandamentos do Senhor alegram o coração. Andar de acordo com
a vontade do Senhor traz felicidade ao homem e prosperidade em seus caminhos.
Mas, do contrário, errar nem que seja em um só desses mandamentos, faz do homem
um transgressor de toda a Lei. Esse pecado, mesmo considerado insignificante e
não tenha sido deliberado, é capaz de produzir amargura para alma, infelicidade
no coração e, ainda pior, trazer o juízo de Deus.
As Leis do Senhor nos ensinam
sobre a santidade de Deus. Um só pecado mancha a santidade de uma pessoa e
afronta a perfeita santidade de Deus. Mesmo somente um pecado torna a pessoa
culpada e réu do juízo divino. Quem comeria uma omelete em que apesar de todos
os outros ovos estarem bons, um estivesse estragado? Esse ovo estraga toda a
omelete. Essa é a seriedade do pecado. Por isso que repetidas vezes a Bíblia
ensina que não há um justo sequer.
Na cruz Jesus se tornou a nossa
justiça. Como viveu sem pecado, Cristo tornou-se o sacrifício perfeito para
satisfazer o juízo de Deus. Ele foi oferecido em nosso lugar, tomando sobre si
as nossas culpas para que não tivéssemos mais condenação no tribunal de Deus.
Além disso, a sua justiça nos é dada para que tenhamos comunhão contínua com
Deus nesta terra e no porvir. Na sua obra, nós não somos mais como aquela
omelete com um ovo podre, intragáveis para Deus.
“15Se alguém, sem querer, cometer o pecado de não entregar as ofertas
sagradas que pertencem a Deus...”
Nos tempos de hoje, o que é
sagrado tem sido desprezado ou menosprezado. Precisamos distinguir o sagrado
das coisas comuns. Nessa era pós cristã, aspectos e práticas sagradas de outras
religiões têm a devida consideração, mas no que concerne ao cristianismo, é
desrespeitado. Estamos a tal ponto chafurdados numa certa profanação, que nos
achegamos ao Senhor sem nos preocuparmos com os nossos delitos e pecados; até
trazemos para o culto práticas que tem mais a ver com a nossa satisfação
pessoal do que com a alegria de Deus.
A valorização pelo sagrado nessa
parte das leis é enfatizada pela necessidade de uma oferta pela culpa acrescida
de um quinto do valor das coisas sagradas que foram usadas indevidamente. Isso
traz consciência ao transgressor da sua culpa e a necessidade de se acertar com
Deus. A lei o ajudava a identificar o erro cometido, mas também indicava o que
a pessoa deveria fazer para corrigir o mal.
Jesus também morreu como oferta
pela culpa. Inclusive por aquela relacionada ao desmerecimento do que é sagrado
aos olhos de Deus. Em Cristo, temos o perdão pela transgressão, mas também a
possibilidade de retomarmos o caminho direito. Ele nos socorre na nossa luta
contra o pecado, possibilitando que a comunhão com Deus não seja interrompida e
nos ajuda a cultuarmos a Deus da forma devida. A única ação humana necessária
para que isso aconteça é crer na obra que Jesus realizou na cruz, entregando-se
a Ele por inteiro.
“5Portanto, quando alguém for culpado de qualquer uma dessas coisas, deverá
confessar o seu pecado...”
Nesta porção inicial deste
capítulo encontramos alguns exemplos de pecados não premeditados, ou seja,
aqueles que não foram imaginados antes e preparados para acontecerem. Essa insistência
em Deus em se referir, agora de forma específica, a estes tipos de pecados
revela a sua seriedade. Mesmos sem a intenção de praticá-los, isso não nos
isenta da culpa.
Dentre os pecados não
premeditados citados no texto, a impureza cerimonial não intencional e
inconsciente se destaca. Apesar da participação involuntária da pessoa, o seu
ato de celebração não agrada a Deus. Qualquer tipo de pecado é hediondo para
Deus. Isso revela o contexto pecaminoso em que estamos inseridos. O mundo “jaz
no maligno”, como a Bíblia nos ensina. Se não estivermos vigilantes, seremos
levados pela “onda” e práticas comuns a tal ponto de pecarmos e não nos darmos
conta. Até mesmo porque neste tempo de “ressignificação” das Escrituras, o que
é nitidamente revelado como pecado está hoje sendo relativizado.
Os sacrifícios aqui orientados
fazem o devido acerto de contas. Através deles, o ofertante tomando consciência
da prática do pecado, busca o perdão de Deus. Cristo se ofereceu como
sacrifício pelos nossos pecados antes mesmo de tomarmos consciência deles. O
seu ato satisfez a justiça divina e nos reconciliou com Deus. Sem ele
estaríamos condenados até mesmo pelos atos não intencionais.