O Coração
Reprovável
Por
Adilson Routh
Profundamente abalado, Isaque começou a tremer muito e
disse: "Quem então apanhou a caça e a trouxe para mim? Acabei de comê-la
antes de você entrar e a ele abençoei; e abençoado ele será! "
Quando Esaú ouviu as palavras de seu pai, deu um forte grito e, cheio de amargura, implorou ao pai: "Abençoe também a mim, meu pai! "
Gênesis 27:33,34
Quando Esaú ouviu as palavras de seu pai, deu um forte grito e, cheio de amargura, implorou ao pai: "Abençoe também a mim, meu pai! "
Gênesis 27:33,34
Avançado em dias e
cego, já próximo a sua morte, Isaque pede a Esaú que vá a uma caçada e
traga-lhe uma caça preparada para que ele a saboreasse e depois o abençoasse.
Ao ouvir essas instruções, Rebeca sabedora da importância dessa bênção
patriarcal, que afetaria o futuro dos seus filhos, tendo em mente as palavras
do Senhor no nascimento dos dois de que “o
mais velho seria servo do mais novo”, e observando o comportamento das
esposas de Esaú, decidiu agir em favor de Jacó, assim, ao ouvir o acordo entre
Isaque e Esaú propôs a Jacó que se passasse por Esaú diante de seu pai e
recebesse a bênção. Ele tomou dois cabritos do rebanho e os matou, depois os
entregou a sua mãe para que os preparasse conforme Isaque apreciava, depois,
Rebeca cobriu-lhe as mãos e o pescoço com os pêlos do animal, vesti-lhe uma
roupa de Esaú e assim Jacó foi a Isaque para receber a bênção patriarcal. Inicialmente
Isaque mostrar-se desconfiado pela tonalidade da voz de Jacó, mas pelas demais
evidências Isaque se convence de que se tratava de Esaú e o abençoa,
transferindo assim a Jacó as bênçãos e a responsabilidade de perpetuar a
aliança e o caráter necessário por ser parte dela. Logo depois de Jacó ser
abençoado, Esaú chega da caçada e se dirige a seu pai para receber sua bênção,
e para espanto de Isaque e Esaú, descobrem que quem fora abençoado era Jacó,
assim nem o próprio Isaque se julgou apto a reverter àquela bênção, dando a
Esaú uma bênção profética de que ele viveria pela espada em lugares áridos e
serviria seu irmão, mas que um dia se libertaria desse jugo, confirmando assim
o que Rebeca tinha ouvido do Senhor no nascimento dos dois. Desse dia em diante
Esaú passou a odiar seu Irmão Jacó e planejou que após a morte de Isaque iria
matâ-lo para se vingar.
Ao lermos o relato
desses fatos, causa-nos estranheza essa conspiração, principalmente partindo de
uma mãe, contudo se observarmos a vida de Esaú encontraremos elementos que os
desqualificaram como herdeiro da promessa. Primeiramente não se importava com o
direito de primogenitura, trocando-o por um prato de lentinhas, o que revelou
um coração imediatista e mundano. Depois não se importava em manter em sua
família o temor de Deus, pois ao casar-se contra a vontade de seus pais com
hititas pagãs comprometeu a perpetuação do caráter e a fé de Abraão seu avô em
sua linhagem. Por fim, sua reação homicida para com seu irmão, revela um
coração contaminado com o estilo de vida de Caim, que perpetuou a violência na
antiguidade pré-diluviana. Assim revela-se um coração reprovável, pois não lhe
bastaria nascer herdeiro, ele deveria sê-lo no caráter e comportamento, na
obediência e fé.
Da mesma forma,
pertencer a uma determinada família, ou a uma determinada denominação, ou
simplesmente ploclamar-se religioso ou cristão, não é suficiente para a
perpetuação do caráter de Cristo no mundo. Basta observarmos a vida de alguns
que se conclamam “herdeiros da verdade” que ficará evidente que de fato não
conhecem a Deus, que não entendem sua graça, nem tão pouco o caráter que deve
acompanhar os que se aproximam dEle. O coração reprovável é identificado pelas
reações, assim como Esaú revelava-se distante de Deus, são facilmente
identificadas as reações mundanas e imediatistas dos que ploclamam o nome de
Deus, mas não lhe pertencem. Esses se abituaram excessiamente com os ritos da
vida religiosa, mas não tiveram um encontro pessoal com Cristo. Nesse aspécto,
o cumprimento dos ritos podem simplesmente mascarar uma necessidade íntima que
os próprios ritos não podem saciar, pois é necessário primeiro o arrependimento
e a fé, a devoção e a intimidade que brota de um coração quebrantado. Porém
todos nós devemos viagiar nosso coração para que esse não se torne reprovável,
elementos como desprezo pelas coisas espirituais, desobediência a Deus e a
autoridades e reação homicida, podem nos alertar de que já saimos da presença
de Deus, assim é necessário humildemente retornar, suplicando mais uma vez que
sejamos quebrantados pela obra da cruz, que pela graça ali existente nos capacita a retomar o caráter de herdeiros
para perpetuação da glória de Deus num mundo caído.
Considere:
1. Uma auto avaliação,
veja se identifica os elementos de um coração reprovável em suas ações.
2. Programe um tempo a
sós com Deus para alinhar seu coração à comunhão e a vontade de Deus.
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