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sábado, 22 de abril de 2017

O Coração Reprovável


O Coração Reprovável
Por
Adilson  Routh


Profundamente abalado, Isaque começou a tremer muito e disse: "Quem então apanhou a caça e a trouxe para mim? Acabei de comê-la antes de você entrar e a ele abençoei; e abençoado ele será! "
Quando Esaú ouviu as palavras de seu pai, deu um forte grito e, cheio de amargura, implorou ao pai: "Abençoe também a mim, meu pai! "
Gênesis 27:33,34

Avançado em dias e cego, já próximo a sua morte, Isaque pede a Esaú que vá a uma caçada e traga-lhe uma caça preparada para que ele a saboreasse e depois o abençoasse. Ao ouvir essas instruções, Rebeca sabedora da importância dessa bênção patriarcal, que afetaria o futuro dos seus filhos, tendo em mente as palavras do Senhor no nascimento dos dois de que “o mais velho seria servo do mais novo”, e observando o comportamento das esposas de Esaú, decidiu agir em favor de Jacó, assim, ao ouvir o acordo entre Isaque e Esaú propôs a Jacó que se passasse por Esaú diante de seu pai e recebesse a bênção. Ele tomou dois cabritos do rebanho e os matou, depois os entregou a sua mãe para que os preparasse conforme Isaque apreciava, depois, Rebeca cobriu-lhe as mãos e o pescoço com os pêlos do animal, vesti-lhe uma roupa de Esaú e assim Jacó foi a Isaque para receber a bênção patriarcal. Inicialmente Isaque mostrar-se desconfiado pela tonalidade da voz de Jacó, mas pelas demais evidências Isaque se convence de que se tratava de Esaú e o abençoa, transferindo assim a Jacó as bênçãos e a responsabilidade de perpetuar a aliança e o caráter necessário por ser parte dela. Logo depois de Jacó ser abençoado, Esaú chega da caçada e se dirige a seu pai para receber sua bênção, e para espanto de Isaque e Esaú, descobrem que quem fora abençoado era Jacó, assim nem o próprio Isaque se julgou apto a reverter àquela bênção, dando a Esaú uma bênção profética de que ele viveria pela espada em lugares áridos e serviria seu irmão, mas que um dia se libertaria desse jugo, confirmando assim o que Rebeca tinha ouvido do Senhor no nascimento dos dois. Desse dia em diante Esaú passou a odiar seu Irmão Jacó e planejou que após a morte de Isaque iria matâ-lo para se vingar.
Ao lermos o relato desses fatos, causa-nos estranheza essa conspiração, principalmente partindo de uma mãe, contudo se observarmos a vida de Esaú encontraremos elementos que os desqualificaram como herdeiro da promessa. Primeiramente não se importava com o direito de primogenitura, trocando-o por um prato de lentinhas, o que revelou um coração imediatista e mundano. Depois não se importava em manter em sua família o temor de Deus, pois ao casar-se contra a vontade de seus pais com hititas pagãs comprometeu a perpetuação do caráter e a fé de Abraão seu avô em sua linhagem. Por fim, sua reação homicida para com seu irmão, revela um coração contaminado com o estilo de vida de Caim, que perpetuou a violência na antiguidade pré-diluviana. Assim revela-se um coração reprovável, pois não lhe bastaria nascer herdeiro, ele deveria sê-lo no caráter e comportamento, na obediência e fé.
Da mesma forma, pertencer a uma determinada família, ou a uma determinada denominação, ou simplesmente ploclamar-se religioso ou cristão, não é suficiente para a perpetuação do caráter de Cristo no mundo. Basta observarmos a vida de alguns que se conclamam “herdeiros da verdade” que ficará evidente que de fato não conhecem a Deus, que não entendem sua graça, nem tão pouco o caráter que deve acompanhar os que se aproximam dEle. O coração reprovável é identificado pelas reações, assim como Esaú revelava-se distante de Deus, são facilmente identificadas as reações mundanas e imediatistas dos que ploclamam o nome de Deus, mas não lhe pertencem. Esses se abituaram excessiamente com os ritos da vida religiosa, mas não tiveram um encontro pessoal com Cristo. Nesse aspécto, o cumprimento dos ritos podem simplesmente mascarar uma necessidade íntima que os próprios ritos não podem saciar, pois é necessário primeiro o arrependimento e a fé, a devoção e a intimidade que brota de um coração quebrantado. Porém todos nós devemos viagiar nosso coração para que esse não se torne reprovável, elementos como desprezo pelas coisas espirituais, desobediência a Deus e a autoridades e reação homicida, podem nos alertar de que já saimos da presença de Deus, assim é necessário humildemente retornar, suplicando mais uma vez que sejamos quebrantados pela obra da cruz, que pela graça ali existente  nos capacita a retomar o caráter de herdeiros para perpetuação da glória de Deus num mundo caído.

Considere:

1.     Uma auto avaliação, veja se identifica os elementos de um coração reprovável em suas ações.

2.     Programe um tempo a sós com Deus para alinhar seu coração à comunhão e a vontade de Deus.

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