(Parte II)
Por
Jabesmar A. Guimarães
Nos nossos dias o significado da palavra amor foi tão reduzido que ela é
usada para expressar a relação sexual entre duas pessoas que as vezes mal se
conhecem. Costuma-se dizer: "ontem conheci uma pessoa e fizemos
amor". Enganam-se redondamente aqueles que pensam que o amor se resume
apenas a isto.
O verdadeiro amor é aquele que se dispôe a se dar em benefício da pessoa
amada. Amar é se esforçar ao máximo para promover a felicidade da pessoa amada.
Pois ao vê-la feliz sentimo-nos realizados por saber que promovemos sua
felicidade. O cantor popular Djavan, em uma das músicas que canta, diz:
"Vem me fazer feliz porque eu te amo...", Porém, o verdadeiro amor
diz: "Vou te fazer feliz porque eu te amo". Frustram-se aqueles que
partem para o casamento pensando somente em receber. Este é um tipo de amor
distorcido e egoísta, que nem mesmo merece ser chamado de amor. Num casamento
bem sucedido não deve existir interesse individual. Existe apenas o caminho à
dois. Pode ser um caminho acidentado, poeirento e difícil, mas ele é mútuo.
Vejamos, agora, algo mais acerca do amor de Jacó:
I.
A PROFUNDIDADE DO AMOR DE JACÓ (20)
É preciso que também atentemos para a profundidade do amor deste homem
por esta mulher. Diz-nos o texto sagrado numa frase de uma beleza
extraordinária: "Assim, por amor a Raquel, serviu Jacó sete anos; e estes
lhe pareceram como poucos dias, pelo muito que a amava".
O tipo de serviço determinado para Jacó foi pastorear rebanhos de
ovelhas, tarefa não muito fácil. Não foram sete semanas, nem mesmo sete meses,
foram sete longos anos nos quais o amor de Jacó foi provado e aprovado (sete
anos são iguais: a 84 meses / 364 semanas / 2.520 dias). De dia era consumido
pelo calor, a noite pelo frio e pela insônia causada pela preocupação com os
ladrões e predadores que rondavam o rebanho sob sua responsabilidade (cf.
31:39,40). Por isso afirmo que o amor não olha para si mesmo, mas para a pessoa
amada. Não mede sacrifícios, mas prossegue apesar deles.
Se aos nossos olhos o sacrifício de Jacó foi extremo, aos seus olhos
apaixonados, os sete longos anos passaram tão rápido que lhe pareceram como uns
poucos dias. Ou seja, diante da imensidão do sue amor, sete anos foram
reduzidos a quase nada. É desse tipo de amor que a Bíblia nos fala. O amor que
se dá, que não mede sacrifícios, que se dispõe a ir até o fim mesmo em meio as
dificuldades do dia a dia.
Particularmente, creio que o amor de Jacó era correspondido por Raquel.
Pois ao contrário ele teria desistido no meio do caminho. Apesar da narrativa
bíblica ser um tanto quanto resumida, posso imaginar a troca de olhares,
sorrisos, palavras carinhosas etc. Ao meu ver foi isto levou Jacó a se
sacrificar em busca do amor da sua vida, a doce Raquel. Sim, verdadeiramente,
Jacó e Raquel se amavam!
II.
CONCLUSÃO
Sabemos, pela Bíblia, que fomos feitos à imagem e semelhança de Deus.
Ela também afirma que Deus é amor, que Deus tem a capacidade de amar. A maior
manifestação de amor foi a de Deus ao oferecer Seu próprio filho para morrer
pelos nossos pecados. Não menos importante foi a disposição de Jesus aos
entregar voluntariamente para sofrer punição em nosso lugar. Este foi, sem
sombra de dúvidas, o maior ato de amor jamais visto em toda a história da
humanidade. São atitudes deste tipo que o verdadeiro amor produz. Atitudes
totalmente desinteressadas de lucro ou retorno por parte do ente amado.
Para encerrar, gostaria de ler um dos mais belos poemas acerca do
verdadeiro amor, ele foi escrito pelo apóstolo Paulo.
"Ainda que eu
fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino
que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia e
saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e também tenha uma fé capaz de
mover montanhas, mas não tiver amor, nada seria. Ainda que eu dê aos pobres
tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, mas se não tiver
amor, nada disso me valerá.O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não
se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se
ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se
alegra com a verdade. Tudo protege, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca perece;
mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará.
Assim, permanecem
agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o
amor" (ICo 13:1_8,13).
Ai está o retrato do verdadeiro amor, daquele amor que emana das
profundezas do coração, o amor altruísta. É preciso resgatar o verdadeiro
significado de amar, pois um entendimento errôneo do amor tem frustrado a
muitos e destruído lares incontáveis.
Quem conhece toda a história de Jacó sabe que depois ele se dispôs a
trabalhar outros sete anos para poder desposar sua amada. E, mesmo ante este
novo desafio, Jacó não recuou, pois o combustível que alimentava a sua vontade
era o profundo amor que tinha por Raquel.
Responda para si mesmo (a): Ore ao Pai, por seu próprio coração e
por sua relação afetiva; Tenha cuidado do seu coração e do coração de quem você
ama.
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