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sábado, 26 de novembro de 2016

Um Evangelho Vivo Para Um Tempo Novo (3.2/2 - Aplicação) Escrito por Jabesmar A. Guimarães

Um Evangelho Vivo Para Um Tempo Novo

(3.2/2 - Aplicação)


... Argumentando desta maneira, não estou com isso desmerecendo o valor e a importância desses homens e mulheres de Deus que deixaram suas pátrias para nos anunciar o Evangelho. Não é este o ponto. Estou mostrando algo que o grande Sadu Sudah Sing, o famoso Apóstolo dos Pés Sangrentos, disse certa vez: "Se querem oferecer ao povo indiano a Água Viva, que a apresentem em um copo indiano".
Porque estou escrevendo isto? Escrevo para que vejamos que a FORMA pela qual o Evangelho é apresentado é suscetível a mudanças. Estou procurando mostrar que uma forma que hoje é largamente aceita pode se desgastar e perder o sentido para as gerações futuras e pode ser necessário adaptá-la ou mudá-la. Desde que o conteúdo seja preservado, desde que ele não seja adulterado, a forma de apresentá-lo, de servi-lo pode ser mudada. Creio que era disso que o Senhor estava falando. Falava da resistência gratuita que algumas pessoas tem a novas idéias, a mudanças. Ele falava da perpetuação e santificação da forma em detrimento do conteúdo.
Escrevo sobre o assunto a fim de que nos alertemos para o fato de que os mais jovens estão mais bem habilitados do que nós para perceber e acompanhar as vertiginosas mudanças da nossa época. Devemos dialogar com eles para entender como pensam os jovens de hoje, como podemos atingir os seus corações com mensagens que façam sentido para eles. Devemos adaptar nossa forma de pregar, nossa forma de argumentar sobre as verdades eternas da santa Palavra e nos esforçar para apresentá-la aos que tanto necessitam da salvação. Creio que isto está incluído no inspirado conselho de Paulo aos Romanos: "O que ensina, esmere-se no fazê-lo".
A maior parte das igrejas funciona baseada em uma estrutura que foi montada há muitos anos. Esta estrutura que no passado foi eficaz pode não ser mais tão eficaz assim nos dias de hoje. Em outros casos percebemos que a estrutura permanece, mas o conteúdo parece ter ido embora há muito tempo. É preciso humildade para reconhecer isso e, ao mesmo tempo, é preciso coragem para mudar a forma de apresentar o conteúdo aos que nos rodeiam.
Um dos maiores problemas de alguns pregadores do nosso meio é o fato de ainda estarem respondendo perguntas que ninguém mais faz nos dias de hoje. Suas pregações são para responder perguntas que foram feitas pelas pessoas que viveram há mais de cem anos. Parecem desconhecer que cada época tem suas virtudes, defeitos e necessidades específicas. Por isso não são ouvidos pelos de fora, por aqueles que também precisam da salvação. Gostaram tanto da forma e das respostas que os antigos pregadores usavam nas suas abençoadas prédicas, que nem ao menos pensam em mudar, não a essência do Evangelho, mas a forma de apresentá-lo de maneira que o torne relevante aos nossos contemporâneos. Observe e verá que a maior parte dos membros da sua igreja é composta por filhos de crentes. Isto indica que simplesmente não estamos conseguindo atingir os de fora! E não os atingimos por não conseguir falar aos seus corações.
Gostaria de encerrar com algo que aconteceu no III CONCRISTO. Um grupo de jovens nos procurou pedindo para apresentar uma peça teatral que haviam ensaiado. Depois de ponderar sobre as implicações de incluirmos a peça na programação resolvemos correr o risco e aceitamos a oferta. Era uma peça sem palavras que tinha como fundo hino que falava da carência que as pessoas têm de Jesus e da necessidade de as evangelizarmos. O cenário foi o painel do congresso que tinha um monte com três cruzes vazias – a do meio representando a cruz do Salvador. Eles estavam vestidos de negro e dos seus rostos foram eliminadas as expressões faciais.
A peça iniciou-se com a maioria deles prostrados e alguns poucos de pé. Então estes começaram a se movimentar dando a idéia que estavam evangelizando os caídos. O refrão do hino repetia: "precisam do Senhor, precisam do Senhor". Um a um os caídos foram sendo erguidos pelo poder do Evangelho e passavam a evangelizar os outros até que todos estavam de pé. A peça terminou com todos apontando para a cruz central. Tudo isto sem uma palavra sequer!
O resultado foi que toda uma família recebeu o Senhor como Salvador! Não houve apelos e nem nada parecido. O congresso encerrou-se e todos voltaram para suas casas. Um ano depois, no IV CONCRISTO, o pai da família procurou um de nós e nos disse que naquela noite, ao encerrar a peça, a filhinha dele lhe disse: "Pai, é disso que estamos precisando, estamos precisando de Jesus". A menininha foi tocada e toda a família aceitou a Cristo como Salvador.
Uma forma diferente de anunciar o Evangelho. O mesmo Evangelho, na sua pura essência, sem ser diluído ou distorcido apresentado de uma forma bastante diferente da convencional, mas apresentando resultado na salvação de almas.
Este é o desafio que está diante de nós: conservar os princípios e os valores que os homens levantados por Deus para iniciar o Movimento dos Irmãos nos legaram enquanto repensamos a forma de apresentar a mensagem às pessoas da nossa geração – confusas e perdidas – com as quais convivemos diariamente, pessoas ás quais o Senhor nos enviou.
Que o mesmo Senhor nos dê a graça necessária para levarmos tal desafio adiante: apresentar um Evangelho vivo que faça sentido para as pessoas de um tempo novo!
Amém!


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