Um Evangelho Vivo Para Um Tempo Novo
(3.2/2 - Aplicação)
... Argumentando
desta maneira, não estou com isso desmerecendo o valor e a importância desses
homens e mulheres de Deus que deixaram suas pátrias para nos anunciar o
Evangelho. Não é este o ponto. Estou mostrando algo que o grande Sadu Sudah
Sing, o famoso Apóstolo dos Pés Sangrentos, disse certa vez: "Se querem
oferecer ao povo indiano a Água Viva, que a apresentem em um copo
indiano".
Porque estou
escrevendo isto? Escrevo para que vejamos que a FORMA pela qual o Evangelho é
apresentado é suscetível a mudanças. Estou procurando mostrar que uma forma que
hoje é largamente aceita pode se desgastar e perder o sentido para as gerações
futuras e pode ser necessário adaptá-la ou mudá-la. Desde que o conteúdo seja
preservado, desde que ele não seja adulterado, a forma de apresentá-lo, de
servi-lo pode ser mudada. Creio que era disso que o Senhor estava falando.
Falava da resistência gratuita que algumas pessoas tem a novas idéias, a
mudanças. Ele falava da perpetuação e santificação da forma em detrimento do
conteúdo.
Escrevo
sobre o assunto a fim de que nos alertemos para o fato de que os mais jovens
estão mais bem habilitados do que nós para perceber e acompanhar as
vertiginosas mudanças da nossa época. Devemos dialogar com eles para entender
como pensam os jovens de hoje, como podemos atingir os seus corações com
mensagens que façam sentido para eles. Devemos adaptar nossa forma de pregar,
nossa forma de argumentar sobre as verdades eternas da santa Palavra e nos
esforçar para apresentá-la aos que tanto necessitam da salvação. Creio que isto
está incluído no inspirado conselho de Paulo aos Romanos: "O que ensina,
esmere-se no fazê-lo".
A maior
parte das igrejas funciona baseada em uma estrutura que foi montada há muitos
anos. Esta estrutura que no passado foi eficaz pode não ser mais tão eficaz
assim nos dias de hoje. Em outros casos percebemos que a estrutura permanece,
mas o conteúdo parece ter ido embora há muito tempo. É preciso humildade para
reconhecer isso e, ao mesmo tempo, é preciso coragem para mudar a forma de
apresentar o conteúdo aos que nos rodeiam.
Um dos
maiores problemas de alguns pregadores do nosso meio é o fato de ainda estarem
respondendo perguntas que ninguém mais faz nos dias de hoje. Suas pregações são
para responder perguntas que foram feitas pelas pessoas que viveram há mais de
cem anos. Parecem desconhecer que cada época tem suas virtudes, defeitos e
necessidades específicas. Por isso não são ouvidos pelos de fora, por aqueles
que também precisam da salvação. Gostaram tanto da forma e das respostas que os
antigos pregadores usavam nas suas abençoadas prédicas, que nem ao menos pensam
em mudar, não a essência do Evangelho, mas a forma de apresentá-lo de maneira
que o torne relevante aos nossos contemporâneos. Observe e verá que a maior
parte dos membros da sua igreja é composta por filhos de crentes. Isto indica
que simplesmente não estamos conseguindo atingir os de fora! E não os atingimos
por não conseguir falar aos seus corações.
Gostaria de
encerrar com algo que aconteceu no III CONCRISTO. Um grupo de jovens nos
procurou pedindo para apresentar uma peça teatral que haviam ensaiado. Depois
de ponderar sobre as implicações de incluirmos a peça na programação resolvemos
correr o risco e aceitamos a oferta. Era uma peça sem palavras que tinha como
fundo hino que falava da carência que as pessoas têm de Jesus e da necessidade
de as evangelizarmos. O cenário foi o painel do congresso que tinha um monte
com três cruzes vazias – a do meio representando a cruz do Salvador. Eles
estavam vestidos de negro e dos seus rostos foram eliminadas as expressões
faciais.
A peça
iniciou-se com a maioria deles prostrados e alguns poucos de pé. Então estes
começaram a se movimentar dando a idéia que estavam evangelizando os caídos. O
refrão do hino repetia: "precisam do Senhor, precisam do Senhor". Um
a um os caídos foram sendo erguidos pelo poder do Evangelho e passavam a
evangelizar os outros até que todos estavam de pé. A peça terminou com todos
apontando para a cruz central. Tudo isto sem uma palavra sequer!
O resultado
foi que toda uma família recebeu o Senhor como Salvador! Não houve apelos e nem
nada parecido. O congresso encerrou-se e todos voltaram para suas casas. Um ano
depois, no IV CONCRISTO, o pai da família procurou um de nós e nos disse que
naquela noite, ao encerrar a peça, a filhinha dele lhe disse: "Pai, é
disso que estamos precisando, estamos precisando de Jesus". A menininha
foi tocada e toda a família aceitou a Cristo como Salvador.
Uma forma
diferente de anunciar o Evangelho. O mesmo Evangelho, na sua pura essência, sem
ser diluído ou distorcido apresentado de uma forma bastante diferente da
convencional, mas apresentando resultado na salvação de almas.
Este é o
desafio que está diante de nós: conservar os princípios e os valores que os
homens levantados por Deus para iniciar o Movimento dos Irmãos nos legaram
enquanto repensamos a forma de apresentar a mensagem às pessoas da nossa
geração – confusas e perdidas – com as quais convivemos diariamente, pessoas ás
quais o Senhor nos enviou.
Que o mesmo
Senhor nos dê a graça necessária para levarmos tal desafio adiante: apresentar
um Evangelho vivo que faça sentido para as pessoas de um tempo novo!
Amém!
Imagem da Internet;
Video do Youtube; http://www.jabesmar.com.br/index.php/evangelismo/42-um-evangelho-vivo-para-um-tempo-novo
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