Oferta e Homicídio
Por
Adilson Routh
3 Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao SENHOR.
4 Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o SENHOR de Abel e de sua oferta;
5 ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante.
6 Então, lhe disse o SENHOR: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante?
7 Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.
8 Disse Caim a Abel, seu irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou. Gn 4.3-8
Desde a queda de Adão parece ter se
estabelecido a prática de se ofertar a Deus, isso explica a iniciativa de Caim
e Abel de fazê-lo. Cada qual trouxe do fruto de seu trabalho: “Caim trouxe do
fruto da Terra”; “Abel das primícias de seu rebanho e da gordura deste”. Deus
se agradou somente da oferta de Abel, assim somos levados a considerar os
motivos que levaram Caim a ter sua oferta rejeitada. Indaga-se primeiramente o
tipo de oferta que cada qual ofereceu, Abel optou por sacrificar um animal,
provavelmente como Adão teve de fazê-lo para se vestir após a queda (Gn 3.21),
como vemos posteriormente, esse se tornou modelo para ofertas para perdão de
pecados. Caim optou por trazer ofertas da terra, pois era lavrador, um tipo de
oferta que também foi inserida na Lei Levítica, que deveria ser feita em
gratidão pelas colheitas. O texto nos fala que Abel trouxe “das primícias” de
seu rebanho, a mesma expressão não é atribuída a Caim, o que pode dar a
entender que ele não ofereceu do melhor que tinha. Outra pista é o
questionamento que Deus faz sobre o procedimento de Caim: “se procederes bem
não é certo que serás aceito?”, assim temos como possibilidade o fato de que,
enquanto Abel oferecia sacrifício por seu pecado numa atitude humilde, Caim se
vangloriava do fruto de seu trabalho, ou ainda, o proceder cotidiano de Caim
não era condizente com de um ofertante agradecido, ou talvez todas as
alternativas se aplicavam a Caim, tornando-o o precursor do culto antropocêntrico.
O ofertante deve humildemente
reconhecer sua condição de necessitado de um Salvador, enquanto entende que toda
boa dádiva vem da mão de Deus e lhe é agradecido fazendo sua vida cotidiana um
reflexo dessa gratidão. Ignorar a forma, os motivos e a coerência de vida ao se
apresentar ofertas ao Senhor pode ter drásticas consequências, assim como Caim
ao ter sua oferta rejeitada voltou-se contra seu irmão, o ofertante fraudulento
pode destruir a vida dos que o cercam, tanto perpetuando a fraude, como
destruindo os verdadeiros adoradores. Contudo, Deus que sonda os corações,
jamais aceitará menos que humildade, gratidão e coerência dos que dele se
aproximam em adoração. A cruz é a forma correta, humildade e gratidão às
atitudes corretas, e a coerência de vida, a resposta correta a uma adoração
genuína, qualquer oferta diferente dessa pode nos tornar em assassinos de nossos
irmãos.
Considere:
1. Uma auto-avaliação dos motivos que te fazem chegar
a Deus em adoração.
2. O sacrifício de Jesus na cruz é o único elo
aceitável para um ofertante humilde que sabe que precisa de um Salvador.
3.
Atentar para nosso
próximo, para que não o firamos de morte com nosso coração distanciado de Deus.
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