Agora, porém, ainda Não
Por
Adilson Routh
Levando-o
para fora da tenda, disse-lhe: "Olhe para o céu e conte as estrelas, se é
que pode contá-las". E prosseguiu: "Assim será a sua
descendência".
Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi creditado como justiça.
Gênesis 15:5,6
Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi creditado como justiça.
Gênesis 15:5,6
Na visão que Abrão tem junto aos
carvalhais de Manre, o Senhor ratifica a promessa que antes já tinha feito, de
que ele seria pai de uma grande nação próspera, e seus descendentes seriam
inumeráveis. Apesar de ser já idoso e contra todas as evidências físicas, “Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi
creditado como justiça.”. Percebemos que a fé é essa capacidade de
visualizar além do mundo físico, além das evidências, e descansar o coração na
realidade que ainda não se materializou, assim Abrão fez, pois o que tinha
feito a promessa era fiel, e nessa atitude Abrão foi justificado diante de
Deus. Aqui temos a primeira referência da justificação pela fé.
Uma
segunda promessa é ratificada a Abrão, de que a terra que seria mostrada a ele
quando saiu de Haran ,
estava diante de seus olhos, era a terra de suas peregrinações que lhe seria
dada como herança, sua extensão seria desde o rio do Egito (Nilo) até o rio
Eufrates (Gn 15.18). Agora Abrão já sabia qual era seu destino, seu endereço, e
quão grande seria sua descendência, e a confirmação disso acontece quando o
Senhor consome o sacrifício preparado por Abrão.
Porém,
o Senhor alerta a Abrão de que sua descendência seria escravizada em terras
distante por quatrocentos anos, e que somente na quarta geração pós-escravidão
retornaria para ali. Apesar de já estar no local que deveria ainda esperaria,
pois a maldade dos atuais moradores daquela terra ainda não tinha se excedido,
porém em tempos futuros isso viria acontecer e os descendentes por fim poderiam
tomar posse da terra.
Enquanto
Deus confirma sua aliança com Abrão, ele passa a perceber o paradoxo da fé
“agora, porém ainda não”, ele já tinha a garantia de que obteria as promessas,
contudo ainda deveria esperar, e apesar de já estar na terra de sua herança
ainda não podia se apossar definitivamente dela, assim, durante a espera Deus
desenvolvia os “músculos espirituais” de Abrão, na medida em que ele percebia
que a intimidade e a presença do Senhor em sua vida eram mais importantes que
chegar rapidamente a concretização da promessa, e nessa caminhada a paciência é
fundamental.
A
paciência da espera é necessária para aqueles que confiam em Deus, pois, o
vislumbre da eternidade é agora, porém ela ainda é futura; o ser nova criatura
acontece no momento da fé em Cristo, porém ainda não somos o que havemos de
ser; quem nEle crê não morre, porém ainda aguardamos a ressureição, e nessa
dinâmica temos de ter olhos espirituais atentos para perceber que em toda essa
jornada o Senhor está conosco, oferecendo-nos sua comunhão conforto e consolo,
e que de fato isso se torna a melhor parte da herança, o próprio Senhor, assim
poderemos continuar nossa peregrinação nessa terra enquanto aguardamos novos céus
e nova terra onde habitará a justiça.
Considere:
1.
Olhar
para a vida como uma perigrinação onde somos chamados a crescer na paciência e
esperança.
2.
Nutrir a cada passo um estreitamento no relacionamento com o
Senhor, na medida que vamos nos conhecendo melhor e descobrindo mais sobre
Deus.
3.
Procurar entender as promessas agora, mas aguardar a concretização
amanhã, essa será a melhor parte, persevere olhando além!
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